Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Chuvas em SP

Sobe para 48 número de mortes nos temporais no litoral de São Paulo; 38 seguem desaparecidos

Mortes São Paulo
Número de mortes nos temporais do litoral de São Paulo sobe para 48, com cerca de 2,5 mil desabrigados ou desalojados. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

O governo de São Paulo confirmou, na manhã desta quarta (22), a morte de 48 pessoas nos temporais que atingiram o litoral do estado desde o final de semana. São 47 vítimas em São Sebastião e uma em Ubatuba, com 26 corpos já identificados e liberados para o sepultamento.

A Defesa Civil também localizou uma vítima de um deslizamento de terra na cidade de Mauá, na região metropolitana da capital paulista. Em todo o estado ainda há 2.493 pessoas desalojadas ou desabrigadas.

Ainda há 38 pessoas desaparecidas que, segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), são procuradas em áreas onde “as pessoas relatam um odor diferente”.

A Secretaria de Estado da Saúde informa, ainda, que 28 adultos e seis crianças vítimas das chuvas foram atendidas até o momento no Hospital Regional do Litoral Norte (HRLN). Deste total, 10 estão em estado grave e 18 estáveis. Um navio da Marina com hospital de campanha está a caminho de São Sebastião para auxiliar no atendimento aos afetados pelas chuvas, e deve ancorar no porto da cidade na quinta (23).

O estado de São Paulo ainda tem quatro trechos de estradas com interdições totais e 15 parciais nas SP-055, SP-098 e SP-125. Já as principais rodovias de acesso da capital paulista à baixada e ao interior seguem liberadas, como Anchieta-Imigrantes, Tamoios, Castello Branco-Raposo Tavares, Anhanguera-Bandeirantes e Ayrton Senna.

Recuperação dos estragos nas cidades

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esteve na região no começo da semana, se reúne nesta quarta (22) com ministros e órgãos do governo para discutir novas medidas de apoio às cidades e ajuda às famílias vítimas dos temporais do fim de semana.

Às 15h, Lula se reúne com ministros dos Transportes, Cidades, Integração e Desenvolvimento Regional e com o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, entre outros. Na sequência, terá ainda uma agenda com os ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e com Edegar Pretto, presidente da Companhia Nacional de Abastecimento.

Também à tarde, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, irá à São Sebastião para verificar os estragos causados pelas chuvas e discutir medidas de auxílio e prevenção a novos desastres.

De acordo com Tarcísio de Freitas, serão discutidas medidas de “prevenção, como vamos tornar a estrutura das cidades mais resilientes nesses eventos que, seguramente, vão ser cada vez mais frequentes. A gente teve a maior chuva já registrada, nunca choveu tanto”.

A presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, disse mais cedo que o banco já está em contato com as prefeituras para “agilizar a liberação do saque calamidade do FGTS para os trabalhadores”. O saque será voltado aos moradores das cidades de São Sebastião, Ubatuba, Bertioga, Guarujá, Ilha Bela e Caraguatatuba.

Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, disse que foi montada uma força-tarefa para atender aos municípios atingidos e que serão repassados R$ 7 milhões ao município de São Sebastião para a execução de "ações de resposta", conforme publicado em edição extra do Diário Oficial da União (veja na íntegra).

Os recursos, diz, serão aplicados em três frentes de trabalho. "A de assistência, que estamos liberando além do já liberado em um primeiro momento; a de restabelecimento, nos custos de limpeza e de desobstrução; e de reconstrução, de habitação que as pessoas perderam, a Defesa Civil pode reconstruir", disse.

Ainda segundo o ministro, o governo federal pode editar uma medida provisória para liberar mais recursos se for preciso.

Góes explicou também que, em todo o país, há 14 mil pontos com risco de desabamento de encostas que precisam ser monitorados e os moradores retirados.

“Nestes pontos mapeados pela Defesa Civil nacional moram quase quatro milhões de pessoas. Temos que ter, agora, projetos preventivos como o Minha Casa Minha Vida, que é fundamental para a prevenção”, disse.

De acordo com ele, este será um dos focos de trabalho com o Ministério das Cidades para retirar as pessoas que moram em áreas de risco.

Justiça autoriza remoção de moradores das áreas de risco

Ainda na manhã desta quarta (22), a Justiça de Caraguatatuba autorizou a remoção de moradores de áreas de risco na região para abrigos mantidos pelo estado. A decisão veio após um pedido feito pela Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e o município de São Sebastião.

No despacho do juiz Paulo Guilherme de Faria, a medida tem caráter preventivo e provisório, devendo cessar tão logo a situação climática esteja favorável. “Convém alertar que o direito a moradia não pode superar os direitos à vida, à saúde e à segurança”, cita a decisão, e que a continuidade das chuvas “pode ocasionar mais deslizamentos de terras, colocando em risco profissionais que trabalham nas buscas e os moradores que permanecem em áreas de risco”.

A liminar para retirar moradores de áreas de risco abrange as localidades de Boiçucanga, Juquehy, Cambury, Barra do Sahy, Maresias, Paúba, Toque Toque Pequeno, Barra do Una, Barequeçaba, Varadouro, Itatinga, Olaria, Topolândia, Morro do Abrigo, Enseada e Jaraguá, e outras áreas que podem ser identificadas e incluídas nessa lista.

Tarcísio de Freitas afirmou, pela manhã, que a ação foi sugerida para que a Justiça permita “em último caso, a remoção contra a vontade das pessoas”. “Obrigar é muito complicado, então, vamos vir com assistência social tentando convencer a pessoa a sair. Vamos usar todos os argumentos, mostrar o risco, acolher, proteger o patrimônio e, em último caso, a gente vai fazer a remoção compulsória”, completou.

O governo do estado declarou estado de calamidade pública nos municípios atingidos pelas chuvas. Há mais de mil profissionais trabalhando nas buscas por desaparecidos.

Petrobras doa alimentos e água às vítimas

A Petrobras informou, na manhã desta quarta (22), que está doando 1,3 mil litros de água mineral, 600 litros de leite, 100 pacotes de leite em pó, 120 pacotes de achocolatado e itens diversos de higiene para a prefeitura de São Sebastião através da subsidiária Transpetro. Outros 300 litros de água foram enviados para o município de Camburi.

A estatal disse, ainda, que o heliponto da unidade de São Sebastião continua servindo de ponto de apoio para as autoridades, para uso de equipes de emergência e que foram disponibilizados até o momento 15 mil litros de combustível de aviação para abastecimento das aeronaves que estão realizando o resgate das vítimas.

A companhia informa também que está mobilizando recursos para doação de cestas básicas, colchões e itens de suprimento para a comunidade; e lançou uma campanha de voluntariado para que os empregados da Transpetro e da Petrobras também contribuam com doações às vítimas.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Tudo sobre:

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.